Cristovam Buarque é o primeiro a retirar assinatura de CPI da Petrobras

Senador do PDT defende acordo que previa audiência antes de CPI.
Governo precisa retirar mais cinco assinaturas para evitar investigação.

Eduardo Bresciani Do G1, em Brasília

O senador Cristovão Buarque (PDT-DF) (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) foi o primeiro parlamentar a retirar oficialmente, nesta sexta-feira (15), o nome da lista de assinaturas da CPI da Petrobras. Para que a CPI não seja instalada, é preciso que mais cinco dos demais 31 senadores que assinaram o pedido retirem seus nomes. O prazo expira à meia-noite.

A CPI, pedida pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), tem como objetivo investigar fraudes em licitações, denúncias de desvio de royalties de petróleo, supostas irregularidades em contratos para a construção de plataformas e da refinaria Abreu e Lima (PE), artifícios contábeis para reduzir o recolhimento de tributos e possíveis irregularidades em patrocínios.

Em ofício encaminhado ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Buarque justifica sua decisão com base em um acordo feito pelos líderes de que seria aguardada uma audiência com o presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, antes de se decidir a criação da CPI. O PSDB não concordou com o acordo e o requerimento de criação da comissão foi lido nesta manhã.

O senador do PDT acredita que faltou maturidade aos tucanos. “A decisão tomada pelos líderes era sensata e madura. Esta audiência pública permitiria um esclarecimento imediato sobre as suspeitas levantadas contra a atual administração da mais conceituada empresa nacional”, diz ele no ofício enviado a Sarney.

Cristovam afirma ainda que caso os líderes tenham “bom senso” para esperar a audiência ele poderia recolocar a assinatura no caso de falta de esclarecimentos de Gabrielli. A ação, no entanto, não é prevista no regimento e caso o número de assinaturas não seja mantido até o fim da noite, a CPI não será instalada.

O senador Gim Argello (PTB-DF), vice-líder do governo, é o responsável por negociar com os colegas a retirada de assinaturas.

O pedido de uma CPI irritou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fez duras críticas ao PSDB nesta sexta-feira (15), pouco antes de embarcar para a Arábia Saudita. Lula disse que o pedido era uma “manobra irresponsável e que os senadores tucanos agiram como se estivessem “numa briga de adolescentes”.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), rebateu as declarações do presidenteras. Virgílio chegou a comparar Lula com a ditadura militar. “Ele imita os governos militares. Ele usa frases do (Ernesto) Geisel, do (Emílio Garrastazu) Médici."

Requerimento

Na manhã desta sexta, após uma manobra, o PSDB conseguiu a leitura do requerimento de criação da CPI da Petrobras. Com a leitura, os 32 senadores que assinaram o pedido tem até a meia-noite para retirar seu apoio. Se forem mantidas ao menos 27 assinaturas, será aberto o prazo para que os líderes indiquem representantes e a CPI será instalada.

No final da tarde, o procurador do Ministério Público no Tribunal de Contas da União (TCU), Marinus Marsico, protocolou uma representação em que pede que o órgão anule a mudança contábil feita pela Petrobras no fim do ano passado.

Um dia antes, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, defendeu a mudança de regime tributário feita pela empresa, um dos motivos apontados para a criação da CPI. Alegando ter créditos de 2008, a Petrobras deixou de recolher pelo menos R$ 3,9 bilhões em tributos neste ano. Deste total, R$ 1,8 bilhão seria relativo a mudanças cambiais.

Grabrielli criticou o pedido de uma CPI para investigar a empresa. Segundo ele, a CPI "é um palco grande de denúncias, onde tudo pode acontecer, e isso teria consequências para a Petrobras." Para ele, uma investigação "pode imobilizar a empresa".

Fonte: G1

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